sábado, julho 28, 2007

Para a minha ilusão perdida

Fiquei triste. Num momento você tava aqui, no outro já não estava. Tinha desaparecido, igual um bicho de estimação que morre de repente e somem com o corpo.Para onde foi tudo aquilo? Que eu tinha tão seguro. Não sou eu, você também. Você me convenceu disso, lembra? Disse que eu era ideal! Que tinha todas as qualidades necessárias... Eu lembro! Memória de atriz.. Não estávamos tão certos ? Para onde foi, hein?! Meu peito, depósito subitamente esvaziado, aperta no meio de tanto espaço.

Tento identificar o instante, quando o que tínhamos se perdeu. Mas nem sei se o perdemos juntos ou se juntos já não estávamos. Alias acho que a segunda opção é mais apropriada, tenho que admitir que não esperava isso. Ou até esperava, mas não queria ver... Afinal você insistiu tanto para mudar seu apelido, Sr. Perigo. Me desespera saber que uma coisa assim, um dia desses, possa desaparecer com tanta facilidade. Tantas horas conectados, scraps e afins... Sempre ouvi dizer que o mundo virtual é uma farsa, mas o nosso virtual demonstrava tanta certeza... Alias acho que certeza não é uma palavra muito utilizada por você, não?

Como já te disse, estou triste; e isso me faz acredita no poder das cartas. Não só as do tarô, que me avisaram que isso não ia dar certo desde o começo, e eu teimosamente, quis acreditar em você. Mas falo das cartas escritas, mandadas ou não mandadas. Ou bloggadas aqui, para que talvez um dia você entre e leia. Essas, cheias de questões e metáforas, que assim, misturadas cuidadosamente, num português polido, soando que eu seja uma pessoa sensata e que não sou essa imatura aqui.

Você deve está se perguntando: Qual é o poder dessa carta? O que ela quer com tudo isso? Simples: que deixe registrado este meu estranho e confuso momento. Por sentir frustrada por mais uma perda, mesmo sabendo que você nunca foi meu. E a cabeça não pára, vasculhando cantos vazios. Procurando respostas que não vão ser encontradas.
Não sei se você sabe, afinal duramos tão pouco, mas não gosto de perder as minhas coisas. Nem as minhas ilusões! E hoje, cercada da sua ausência, procuro o que devo procurar. Experimento, de novo, o desanimo da busca desiludida. Pois se algo que parecia tão mágico e certo pode se acabar assim, será que vale a pena procurar outro? Será que é inteligente apostar tudo de novo? Se jogar da maneira que me joguei? Será?

Talvez você nem vá ler isso, pos está seguindo a sua vida tranqüilamente, como se nada de importante tivesse acontecido. Mesmo porque só foi importante para mim, no fundo, só fui mais uma das suas tantas. E provavelmente, se estiver lendo essa carta, está me achando uma dramática e boba.

Mas sabe, quero deixar bem claro que não sinto raiva de você! Alias essa é uma das minhas certezas. Ter raiva de você tornaria esse momento muito mais fácil! Seria como uma mola propulsora da minha vingança! Iria te xingar, querer acabar com a sua vida e torcer para o seu fracasso como o futuro amor. Porém não tenho raiva! Talvez por saber que amor , companhia e respeito não se cobram. E eu não podia te obrigar a me amar. Nem que desse certo. Por mais que tenha a minha consciência limpa que fiz o possível pra isso, e você sabe!

Ah, não precisa se preocupar, não estou esperando uma resposta pra essa patética carta. O que estava esperando era uma resposta pra as poesias, as musicas e o por do sol que foram doados por mim a você... Mas esses você já me respondeu, alias por isso eu escrevo a carta. È, essa é uma daquelas cartas que não é pra ser respondidas. Apenas lidas, talvez relidas e depois picadas em pedacinhos. Mas como está postada não poderá fazer isso, apesar desse ser o destino mais nobre para as emoções abandonadas.

Mas caso essa fosse uma carta, e vc tivesse a ponto de rasgar tudo o que senti e ainda sinto, por me achar exagerada de escrever essas asneiras aqui, iria te pedir uma coisa. Se algum dia, tendo fumado demais ou bebido, sei lá, você acabasse escolhendo, entre a sua coleção, pensar em mim. O que já seria uma honra. E meditando tolices como essas, escrevesse também uma carta. Mesmo sem jamais saber o que você iria dizer, sei que ela faria de mim menos ridícula. Pois adoraria que você fosse capaz de escrever uma carta pra mim. Eu ficaria , enfim, feliz por ter quase te amado. Eu ia achar que te toquei de alguma maneira. Um homem assim, capaz de escrever bobagens também quase amorosas. Seria maravilhoso!

Então é isso, a carta chega ao fim. Como sou insuportavelmente romântica, meu deus! Termino aqui a essa nossa estória, de minha parte, contando que essas simples palavras façam jus ao fim dessa grande ilusão que senti por você. E deixando esse testamento de dor, onde me reconheço fraca e irremediável. Porque ainda gostaria de poder acreditar que você nadaria de volta para mim.

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