sábado, julho 28, 2007

AMEAÇA



Olho daqui de cima,
O mágico mundo daí de baixo
Talvez idealizado pelo nível superior,
Encoberto da espera de um novo amor
Te vejo no meu onírico mundo:
Imagem clara dentro do espelho d’água
Parece-me limpa, nítida, pura e rara!
Eu...Aqui em cima...Em meu trampolim!
Respiro mais um segundo,
Antes de me render ao ameaçador impulso.
Desejo de saltar, corpo pulsando, medo na garganta,
O frio na barriga de uma possível futura entrega!
Os pés ainda plantados nos azulejos azulados,
Buscam a razão, pouca, que me resta.
Uma musica suave entra por uma fresta.
Abalando ainda mais um corpo bambo.
Suspiro...Olhando de rabo do olho,
Os movimentos lá de baixo!
Quanto mais os meus olhos vêm,
Mais o corpo se desprende e ameaça lançar vôo!
A vontade não passa!
Procuro a calma, a suavidade da espera,
O necessário tempo do nascer da flor!
" Ô, Menina desmiolada que se atira em poças procurando mar,
Menina olha direito! Vê se não vai de novo se machucar!"
Frases soltas vêm à mente,
Dos medrosos que me rodeiam.
Julga-me carente pela coragem do meu arremesso
Nunca pularam tão alto!
Não sabem o gosto do vento,
Suas palavras sussurradas,
Nem o frio da espinha ao ser jogada!
O corpo já voltado pra frente,
A espera apenas de um passo,
Vê a vista pela ultima vez,
A delicia do risco de dar certo!
E como num grito: me solto no ar!
Já não pertenço ao trampolim,
Deixo o meu corpo cair levemente
A espera dos seus braços enfim!

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