sábado, julho 28, 2007

Montanha russa



Sempre fui acostumada em fazer promessas de ano novo. Dessas que a gente insiste em fazer e dificilmente cumprir. Todo dia 31 de dezembro, pego meu lápis, papel e corro para a minha janela de sonhos. Nessa passagem, depois de reavaliar todas as metas, percebi que tinha esquecido de uma. Uma meta muito importante, talvez muito gasta, mas essencial: Encontrar um amor.

Sou uma mulher que ama demais, que se apaixona instantaneamente, que se atira de cabeça. Eu queria morrer de amor. Uma mulher montanha russa. Ou roleta russa. Um amor rasgado, gritado, onde se faz loucuras, tatuagens, juras... Um amor maior que eu.
Eu e minha montanha russa: subidas, descidas, voltas assustadoras. E a cada passageiro que entrava, eu trilhava o mesmo caminho de amor. Talvez por não conhecer outro caminho, ou por não acreditar que o amor possa ser algo calmo, sereno e previsível .

As pessoas não gostam de andar muitas vezes na montanha russa. A gente dá uma, duas, três voltas. Depois não queremos mais. Ficamos enjoados, casados, irritados. A altura provoca vertigem e preferimos seguir pela a segurança dos pés no chão. È difícil ser amado demais! A gente tem medo de não retribuir, de machucar o outro, de ser tudo fogo de palha. Voltas, subidas, descidas e sempre parando no mesmo ponto: o amor com a eternidade de uma borboleta.

Nesse ano novo fiz uma promessa diferente: vou desfazer trilho por trilho, aposentar o carrinho e vender a montanha russa para o ferro velho. Em troca, vou comprar um barquinho à vela, desses que são guiados pelo calmo vento...

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