sábado, julho 28, 2007

Epifania sabor doce de abóbora

Lá estava eu, mais uma vez, entre lagrimas por mais um amor perdido. Suplicava que o vento me levasse a um lugar onde essa água toda secasse dos meus olhos e o branco dos dentes imperasse novamente.Eu já estava naquela fase onde a tristeza já perdeu a sua beleza para assumir o lugar da chatice. Eu tava um porre! Não agüentava mais fazer aquele papel da mulher desiludida e carente. Eu tinha que agir e o mais rápido possível.

Pensei em colocar cicuta no Whisky dele, mas isso daria muito trabalho e não melhoraria a minha dor. Então decidi que a missão seria me abrir para o mundo. Lavei o rosto, escondi as lágrimas com maquiagem e fui para a ponta do precipício. Sai decidida em encontrar aquilo que tinha sido tirado de mim. Influenciada pelo Caio Fernando de Abreu, repeti inúmeras vezes: “Eu quero uma epifania! Eu quero uma epifania! Eu quero uma epifania!” Eu tinha esquecido do poder das palavras que ecoam pelo mundo!

Respirei algumas vezes antes de entrar na floresta para escolher a minha presa da noite. Ao chegar na pista, coloquei o meu sorriso de 1,99, ativei o meu super-ultra-puxa radar “procura epifanias” e comecei a distribuir gracejos para todos os que estava numa distância mínima de cinco metros. Depois, devido o meu ascendente libra, comecei a minha dura avaliação: “Hum, esse é bonitinho, mas me parece tão metido..”, “ Esse não, conhece todo mundo”, “ Aquele dança bem...”, “Ah, figurinha repetida não!”.

Até que olhei pra frente e vi um rosto interessantemente desconhecido. Devia ser novo por aqui. Talvez tivesse acabado um namoro recente, mudado de tribo ou trocado de cidade. De certo, eu nunca tinha visto. Era deliciosamente desconhecido. Ou melhor, tudo que eu precisava! Dou algumas olhadas, distribuo outros sorrisos e saio da pista.

“Se ele quiser vai vir atrás de mim!”. Na hora da conquista é importante saber a hora de desaparecer dos olhos do outro. Criar o mistério de uma possível volta. Vou para o bar com a minha amiga, pegamos uma bebida para que as outras opções da festa ficassem mais interessantes. Talvez ele fosse tímido ou não tivesse afim. E eu precisava pular de algum precipício naquela noite!

Mas como passe de mágica ele aparece do meu lado. Descubro e me revelo: Signos, paixões e teatro. Algumas coincidências. Ele não é daqui, apenas está. È o meu signo complementar, mora num paraíso e tem um olhar intrigante. Voltamos para pista e depois de alguns segundos, percebo que o coloquei na parede e estou preste a roubar um beijo. Ele tem um sorriso lindo! E de repente, quando as palavras já me faltam, eu sinto o gosto: Hum, doce de abóbora! Ficamos ali, os dois, entre desejos, doces , beijos e descobertas...

O tempo passa rápido, a noite se despede apresada e eu tenho que entregá-lo de volta para o seu mundo. Queria você mais um pouco. Mais uma noite. Mais um encontro. Outros segundos com mais alguns segredos e entregas intensas. Sabia que o único movimento feito pela a mão que não me agrada é o tchau? Troco o meu adeus por um até logo. E caminho com a lembrança, a entrega sem medo e o encontro sem máscaras. Ficou um anel para ele, uma flor amarela pra mim. Algumas promessas, muitos desejos...Quem sabe amanhã ou outro dia qualquer ele reapareça para fazer uma turnê em meu palco. A paixão como sinônima do teatro: intensa, efêmera e bela! Ah, minha epifania sabor doce de abóbora...

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