quarta-feira, julho 07, 2010

Apareceu essa noite. Beijou a minha boca. Disse as mesmas palavras de sempre. Arrancou minhas onomatopéias. Garantiu o amor impossível. Pediu que eu me atirasse naquele rio imenso. Ele queria me afogar de novo. Incansavelmente. Tentei acordar, fui impedida. Enquanto me revirava na cama, o seu cheiro característico invadia o quarto. Lambia a minha pele. Dançava com a minha razão. Ele enfraquecia todas as certezas. As pernas tremiam, o peito pulsava. Eu entregava ao meu torturador os pequenos pedaços de mim. Fraca, aberta, acolhedora. O desejo que se instaurava no meu corpo adormecido. Acordei molhada de raiva e saudade.

Um comentário:

Gustavo disse...

nossa... molhada de raiva e saudade. rs que figura de linguagem. rss to no trabalho e tive que me conter aqui, mas me causou efeitos colaterais esse texto.