quarta-feira, julho 21, 2010

Marguerite Duras

Dormi aos braços dela, ontem. Os livros são incansáveis. Eu devorei todas as letras antes que o sono chegasse. Nome da obra culpada: A doença da morte. Um homem, uma mulher e tudo o que isso pode gerar. A autora adiciona meus ingredientes favoritos. É erótica, poética. Consegue expressar o real poder do sexo. Sem dissociar o mesmo do amor. Ela quebra com  essa dicotomia ridícula entre os dois campos. Quantas pessoas começaram a amar depois de submergir no melhor da alcova? Ao meu ver, o sexo move montanhas intransponíveis. Ele pode ser responsável pelo maior amor da sua vida. Como aquele ditado popular: " Amor de pica, quando bate fica."  Mas enfim, cabe a cada qual definir as tuas prioridades. Segue um trecho maravilhoso da minha nova amada:"Você queria ver tudo de uma mulher, tanto quanto possível. Você não vê que isso lhe é impossível. Você olha a forma fechada. Você vê primeiro os leves frêmitos se inscreverem na pele, justamente como os do sofrimento. E logo depois as pálpebras tremelicarem como se os olhos quisessem ver. E logo depois a boca se abrir como se a boca quisesse dizer. E logo depois você percebe que debaixo das tuas carícias os lábios do sexo incham e que do seu veludo sai uma água visguenta e quente como seria o sangue. Você percebe que as coxas se afastam para deixar a tua mão mais à vontade, para que você faça tudo melhor ainda. E de repente, num gemido, você vê o gozo chegar a ela, arrebanhá-la inteira, soerguê-la da cama. Você olha com muita força o que acaba de executar nesse corpo. Você o vê em seguida tornar cair, inerte, sobre a brancura da cama. Ela respira depressa com sobressaltos cada vez mais espaçados. E depois os olhos se fecham ainda mais, e depois eles se abrem, e depois se fecham. Eles se fecham."
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