Todos os dias, eu lembro de você. E como se você fosse uma praga. Praga teimosa. Sabe dessas pragas que matam a gente lentamente? É você. Você e seus olhos. Uma doença incurável. Vem cá, porque eles me seguem, em ? Me olham, me focam, me seduzem? Um veneno doce que eles fazem questão de introduzir lentamente no meio das minhas pernas bambas e cansadas. Esses seus olhos de serpentes. Eles chegam se arrastando, dançando com o meu corpo, me envolvendo, subindo entre as minhas coxas lisas e vão lambendo a minha dor. Por mais que eu tente empurrar , morder, gritar para os quatro cantos o quanto eu os odeio. Eles continuam me visitando. Uma visita quase diária, rotineira e incansável. Com uma musica, um recado, uma dor no peito, uma ligação inesperada... Isso quando não parece furtivamente no meio do meu espelho vermelho retorcendo a minha imagem. Esses olhos perversos que atravessam o meu corpo e meu juízo. Quando eu os vejo perdido,ou a procura de sua presa, eu, eu tento virar o rosto. Fugir pelos cantos, pelas frestas. Mas eles são como um imã. Um vicio. Simplesmente um vicio. O vicio dos olhos de serpente. Que atraem, sugam e destroem a mente de presas desprotegidas que vagam as ruas sem esquinas ou ilusões.
Um comentário:
hugo cabral passou por aqui
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