domingo, janeiro 27, 2008

Você pode entrar por aqui.

Nesse momento, apenas queria que você entrasse por aqui.Me tirasse da chuva.Ou me levasse para dançar em sua companhia.Queria desvendar o azul dos seus olhos de desconhecido.Seria algo muito simples - suave como brisa - se você entrasse por aqui.Você podia entrar devagar mesmo.Sem pressa.Pelas beiradas.Sem medo algum.Com alguma certeza qualquer.E o vazio no peito necessário para se criar flores raras.Eu apenas queria que você entrasse por aqui.Nem sei direito porque.Se é carência.Curiosidade.Ou simplesmente esperança.
Você por aqui.
Uma corrente de ar tranqüila no meio do meu vendaval.

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Mensalmente


Há um vulcão escondido
De onde brota sangue grosso.
Forte, quente e vivo.
Lágrimas de algo que foi morto.

Ele jorra aos montes.
Escorre entre as minhas pernas
Limpando a dor ou o amor antigo.
E muitas vezes, suja o meu vestido.

O sangue se esparrama pelo chão,
Não faz cerimônias ou concessões
Apenas me afoga em seus braços lânguidos.
E reafirma algo que tento esconder.

Não há fruto, não há semente
Nem espera ou desespero
Apenas uma mulher que colore
De vermelho, o banheiro.

sexta-feira, janeiro 11, 2008

O que resta nesse quarto empoeirado?




Um espelho embaçado.
O cabelo cresceu, mas a dor continua.
Procura boba. Risada infantil. Esperança quase morta. Meu edredom preto, algumas almofadas vermelhas sobre a cama de casal e um patético coração de pelúcia.


Requícios de quarto solitário.


Uma cama de casal para uma solteira.
Um coração de pelúcia vermelho, com luvas, sapatos e um sorriso irônico. O amor na sua versão brega e ridícula, pronto para ser jogado janela a baixo.