domingo, dezembro 16, 2007
Lucy
quinta-feira, dezembro 13, 2007
Garranchos Azulados
terça-feira, dezembro 04, 2007
terça-feira, novembro 13, 2007
Descanso
quarta-feira, outubro 31, 2007
O Gato
Lá estava eu, deitada na sua cama: Entreaberta para você.
Fazia poses de 5, 10, 15 minutos... E esperava que teu corpo desenhasse figuras abstratas sobre a minha pele. Ou quem sabe, um gato de nanquim sobre as minhas costas? Um gato desenhado com as suas unhas secas.
Mas a sua cama estava vazia de você... Eu até tentava, com a minha mão esquerda, puxar o que restava de ti: o cheiro, suor, cabelos e as suas segundas intenções. Eu queria ser a tua tela em branco. Você não estava na sua cama.
Você tinha lançado vôo para algum outro dormitório longe dali. Talvez tivesse saído para comprar tintas novas... ou comida para o gato que devia ter sido pintado sobre o meu corpo.
Enquanto isso, a espera dançava em na sua cama. Aquela cama vazia, com o lençol que continuava branco e sem pedaços de você. Eu, deitada, sem os meus desenhos e com uma esperança tola.
Esperança de um dia, virar ponta seca e furar o teu corpo, a tua cama e matar esse gato imaginário que grita nas noites de calor.
domingo, outubro 21, 2007
Prazo de Validade
Minhas Fugitivas
quinta-feira, outubro 04, 2007
Um cálice sujo na beira da mesa
terça-feira, outubro 02, 2007
Choques instantâneos de realidade.
Meus choques instantâneos de realidade aparecem de repente, assim, sem mais nem menos. Mesmo sem nenhum convite, eles insistem em bater na minha porta. Às vezes na hora do almoço, no despertar de um sonho bobo ou dentro de uma lona de circo empoeirada. Eles chegam por todos os lados, são seguidores astutos. Costumam se entrelaçar no meio de uma noite suja qualquer, depois de algumas doses a mais ou ervas a menos . E se aproximam devagar, chegam de mansinho, como se fossem bichos que arrastam em direção a minha loucura. Eles tentam sugar o equilíbrio que conquistei as duras penas. Querem se apoderar do meu corpo, beijar a minha boca, fazer amor com a minha razão. Os choques de realidade são muitos, e dão medo. Tento escapar bebendo mais um copo, escorando em alguém que está do lado, dando uma risada sem graça. Tudo desnecessário. Eles continuam querendo entrar. E é logo em mim, que tenho os olhos cansados de ver o real. Ando inebriada na minha loucura, na fuga necessária, na minha incompatibilidade com o mundo. Eu, ser inapto. Desses que anda rindo desesperadamente pelos bares, na corrida por algo efêmero como o amor. Quero sair desse lugar frio, impuro e sujeito a esses choques de realidade. Preciso correr pra longe, um lugar que a vida não é apenas... e sim, poesia amanhecida na beira do lago.
quinta-feira, setembro 20, 2007
?!
Disse ela, a outra, enquanto esmagava mais um pobre coração de rival...
domingo, setembro 16, 2007
Vênus em Aries
Não gosto de pausas. Nem de três pontos. Ou desse tempo que se busca uma certeza sobre algo que nasce incerto. Eu simplesmente detesto o discurso pronto, revisado e sem nenhum erro de português. Prefiro me deliciar com rimas soltas, poesias sem sentidos e principalmente frases corridas, que nascem sem vírgula ou respiração. Quando você vê, ela já se perdeu pelo mundo... Eu sou acostumada com poemas e amores improvisados, esses que nascem e morrem instantaneamente. Talvez por culpa da minha carência, que insiste em criar vínculos imaginários, ou da minha tendência suicida, que se atira sobre corpos efêmeros na tentativa de torná-los especiais. Se eu me perco, é pra tentar me encontrar. Uma tentativa, um risco e um pulo. Rabisco letras soltas por ai, pra quem sabe um dia, encontrar alguém que ligue as letras, desligue os três pontos e me leia inteira!
quinta-feira, setembro 13, 2007
Enormes Óculos
sexta-feira, setembro 07, 2007
Ton sur Ton
sábado, setembro 01, 2007
sábado, agosto 25, 2007
O amor odeia clichês
quinta-feira, agosto 23, 2007
Paraíso Comprimido
Abro a minha mão, e ele está na minha palma.
Redondo, com desenho estranho e de gosto forte.
Em minutos, gosto já foi substituído pela ilusão...
Dentro da minha boca, o pequeno fica gigante!
Ele se dissolve rapidamente no meu corpo,
Mistura a alegria e o veneno...
E em poucos, descubro o paraíso efêmero!
Tenho a musica dentro de mim!
Sua batida é a minha pulsação.
E danço com o meu prazer.
O mundo está nas minhas mãos!
Me abraço, me beijo e me esfrego
Não nego, não canso e apenas danço!
“Tum, tum, tum, tum”
Bate a onda na minha cabeça,
Ou talvez seja o meu coração?
Percebo que o amor está na veia...
O suor está no chão.
Eu, aqui, imersa na minha fuga.
Comprimida no paraíso efêmero,
Percebo que o prazer resolveu parar de dançar
Que o mundo foi dar uma volta,
e que eu preciso de mais um comprimido pra voar!
quarta-feira, agosto 15, 2007
Iludida Vida
terça-feira, agosto 14, 2007
Papel de Boba
sábado, agosto 11, 2007
Ao meu desconhecido
quinta-feira, agosto 09, 2007
domingo, agosto 05, 2007
Entre as duas mãos
Ou aquilo que chamam de saudade.
Pode ser algo mais:
Como a falta da sua juba loira.
Ou a beleza não-efêmera do seu olhar.
Ou então, apenas a falta do barulinho da sua risada rouca.
Talvez não seja apenas vontade de te abraçar,
te contar os meus anseios bobos de menina,
Ou de criar poesias enquanto comemos pão de queijo.
Pode ser uma imensa falta da tempestade que você cria na minha cabeça.
Do desejo que insiste em se misturar com a amizade...
De querer comer maçã em plena tarde,
Experiementar uma saia rosa e sair de mãos dadas,
Nós duas, à procura de versos soltos no mundo!
segunda-feira, julho 30, 2007
Entre a Espera e a Procura:
Solta, entregue ao acaso. O meu corpo balança, oscila, dança num medo constante de procurar... Talvez por ter procurado em demasia. Um corpo ativo, pulsante, pedindo movimento. Um tormento! Porque que a Espera não compreende o ritmo do mundo? Parece tão segura, suave, madura. Fingindo estar parada. Olhando de longe, ela até lembra a calma, mesmo escondendo o seu apressado coração na boca.
Diferente da procura, essa mulher ativa! Caçadora nata, que vive por um segundo e sai numa busca desesperada ! Parece uma menina... Dessas que correm com o vento e tem alma de fogo. A minha Procura não gosta do tempo e está sempre a ponto de devorar!
sábado, julho 28, 2007
Olhos de Serpente
Encontro com o mar
Espero o nascer do sol,
Clichês Mofados
São 3 horas da amanhã, EU ME SINTO MAL... Talvez eu tenha bebido demais para uma quarta feira, ou melhor, quinta. Por saber que amanhã nesse mesmo horário eu estarei também nesse mesmo estado... ou pior! Porque amanhã eu vou querer me acabar, fingir que sou a mulher mais feliz do mundo e que sou muito, MAIS MUITO BEM COMIDA. Mas depois que o show terminar (porque eles sempre terminam! ), as lagrimas estarão escorrendo do meu rosto cansado. Nesse nosso teatro a gente NÃO RECEBE APLAUSOS, no máximo um amasso ou possíveis tapas na cara. Disso eu já to cheia. Amanhã, essa hora, estarei perdida. PERDIDA EM QUALQUER CANTO DA CIDADE por não ter tido alguém que me chamasse para conversar, pegasse no meu cabelo suavemente, me desse um colo macio, dizendo : Eu gosto de você! Alguém que SIMPLESMENTE CONSEGUISSE BEIJAR O MEU CORPO sem ter medo do que isso possa representar depois de amanhã... Alguém assim, como você parecia ser para mim.É fato, eu bebi de menos! E agora estou aqui, nessa merda de computador escrevendo esses CLICHÊS MOFADOS como uma menina carente, rosada e boba! Boba por não querer ser ajudada, não mandar esse sentimento para o inferno e NÃO TER CORAGEM de se por novamente disponível. FODASSE TUDO QUE IMAGINEI, a realidade é outra e eu sou ESPERTA DEMAIS para saber que o nosso tempo já acabou! Foi curto, insuficiente e destruidor. Serviu para saber que eu AINDA SOU INGÊNUA O BASTANTE para me atirar de cabeça em relações inseguras. Ando grandinha para andar na corda bamba... Bosta! Queria um copo de wodca agora. Ou um abraço que me tirasse desse lugar... Não acredito que fui lembrar, justo agora, daquela musiquinha melodramática do Arnaldo... SABE A NUMERO 4 DO CD PARADEIRO? Merda, merda, merda!Eu sei, tudo podia ser mais fácil se eu fosse pelo menos razoável. Se eu não pensasse mais em você a cada subida na ponte, se eu fosse madura o suficiente para não falar de você, com brilhos nos olhos, para os outros. E principalmente se eu CONSEGUISSE MATAR A MINHA ESPERANÇA QUASE INFANTIL DE UMA POSSÍVEL VOLTA IMAGINÁRIA... Sim, eu deveria ser razoável!
Montanha russa
Sou uma mulher que ama demais, que se apaixona instantaneamente, que se atira de cabeça. Eu queria morrer de amor. Uma mulher montanha russa. Ou roleta russa. Um amor rasgado, gritado, onde se faz loucuras, tatuagens, juras... Um amor maior que eu.
Eu e minha montanha russa: subidas, descidas, voltas assustadoras. E a cada passageiro que entrava, eu trilhava o mesmo caminho de amor. Talvez por não conhecer outro caminho, ou por não acreditar que o amor possa ser algo calmo, sereno e previsível .
As pessoas não gostam de andar muitas vezes na montanha russa. A gente dá uma, duas, três voltas. Depois não queremos mais. Ficamos enjoados, casados, irritados. A altura provoca vertigem e preferimos seguir pela a segurança dos pés no chão. È difícil ser amado demais! A gente tem medo de não retribuir, de machucar o outro, de ser tudo fogo de palha. Voltas, subidas, descidas e sempre parando no mesmo ponto: o amor com a eternidade de uma borboleta.
Nesse ano novo fiz uma promessa diferente: vou desfazer trilho por trilho, aposentar o carrinho e vender a montanha russa para o ferro velho. Em troca, vou comprar um barquinho à vela, desses que são guiados pelo calmo vento...
Ame o seu Útero e seja feliz!
Circuncisão reduz à metade Aids em homens
“ A circuncisão masculina reduz pela metade o risco de contaminação de homens pelo vírus da Aids, o que pode prevenir centenas de milhares ou até milhões de casos, disseram pesquisadores na quarta-feira.”
Por Will Dunhamhttp://newsbox.msn.com.br/
Fui surpreendida por essa noticia hoje cedo na pagina do MSN. Fiquei feliz pelos circuncidados, eu já era fã deles mesmo sem saber disso. Sempre tive uma queda , achava mais bonito, interessante, arrojado! E agora sabendo que são mais seguros então... Devem estar pulando de alegria e se enfiando em tudo que canto. Deve ser muito legal saber que eu, homem circuncisado, tenho 50% menos chances de pegar AIDS. Fora todas as outras doenças! Isso significa que eu posso me arriscar mais. Gozar da vida livremente. Optar por uma transa sem camisinha e mesmo assim ter uma vantagem. Deve ser maravilhoso!Já, nós mulheres, por sermos mais fechadas, intimas e porque não aconchegantes estamos no prejuízo. A gente recebe feliz todos aqueles hospedes apresados, que passam correndo entre a nossa caverna escura. E amiga, estamos mais vulneráveis por tanta hospitalidade. As paredes na nossa casinha são menos espessas, do que o nosso amigo intimo Sr. Pinto. Somos mais amplas, espaçosas. E para piorar já foi comprovado que há mais que o sêmen contaminado pelo HIV tem maior concentração de vírus do que a nossa pobre secreção vaginal. Estamos com mais uma desvantagem biológica.Eles, circuncidados. E a gente recebendo de pernas abertas. Cada hora que passa tem mais mulheres contaminadas no mundo. Principalmente as que tem parceiros estáveis. O que fazer? Sim, podemos obrigar o nosso amiguinho vestir a camisinha. Colocar uma placa : Só entra vestido! Mas na pratica nem sempre dá certo. Muitas de nós tomamos pílulas, namoramos há muito tempo (o que, diga-se de passagem, não garante nada!) e achamos que a gravidez é o nosso maior problema. A camisinha às vezes é vista como um objeto incômodo e desnecessário. Tanto por eles quanto por nós.Quantas vezes ele já te pediu para transar sem camisinha, Querida? “ Rapidinho, não vou gozar dentro”. Isso quando já não vão entrando, todo intrometido, mexendo os pauzinhos! E nós, temos que ser fortes e impedir a visita tão esperada! Não quero que isso pareça uma matéria moralizadora e que condenando as mulheres que transa sem camisinha! È um conselho de amiga, de companheira mesmo. Mês passado, uma conhecida, teve que tirar o seu útero. Úterozinho, desses que você também tem um igual. Ela teve câncer no colo do útero causado pelo HPV, uma doença que só manifesta danos em mulheres. É. Talvez eles estejam realmente em vantagem, mas ação é conjunta. A responsabilidade é nossa. Somos as maiores vitimas. É uma merda, uma sacanagem divina, eu sei. Mas ou a gente cuida do nosso corpo e exige a roupinha básica para a entrada no salão. Ou espera as conseqüências. A Solução está entre a nossas pernas. Mas amiga, ame a sua vagina, seu clitóris, seu útero do que um qualquer pintinho.
Arrumando a Casa
Já no primeiro momento, na virada da rua esperança, eu o convidei para dentro da minha casa. Ele não tinha certeza se queria entrar, e mesmo assim eu o convenci. Tentei uma carinha doce, choraminguei um pouco e pedi o seu colo. Esse era dengoso, ou parecia ser. Puxei o moço calmamente pela mão, abri a porta e pedi para que ele limpasse os seus pés. Eu pedi apenas para que ele limpasse os seus pés sujos de lama da sua ultima caminhada. Ele tentou até, passou rapidamente os pés no meu tapetinho azul piscina enquanto eu o arrastava correndo para que conhecesse o meu lar. Ele foi deixando pegadas de lama pela casa... Eu nem percebia, estava tão ansiosa, queria mostrar todos os cômodos da casa! Na primeira parada, eu o apresentei para o meu grande armário. Abri gaveta por gaveta e fui entregando poemas misturados com por do sol. Mas no meio da minha entrega apressada, ele tropeçou nos seus próprios pés sujos. E olhou para toda a sujeira da casa feita pelos seus sapatos. Olhou, de rabo de olho, para inquilina aqui e saiu correndo! Sem que eu pudesse dizer: Espera! Desde desse dia, eu tento todas as manhãs apagar as suas pegadas dentro da minha casa. Eu esfrego com muito sabão feito de razão e derramo litros de lagrimas desiludidas para lavar. Esfrego, esfrego e esfrego. Sempre fica um restinho de lama, um borrado amarelo, no meio da casa. Isso quando eu não descubro uma pegada nova! Ele pisou em lugares que eu nem imaginava... Hoje depois da minha limpeza diária, vou ao um supersamba, procurar um novo produto, desses que apagam pegadas encardidas...
Visita 2
A minha casa tava uma pouco bangunçada e eu ainda não tinha conseguido limpar umas antigas pegadas. Já tinha até usado doce de abóbora como diluente rápido... Mas o meu esforço foi em vão. Um dia desses que a gente não quer sair da cama, escuto a campainha. Ao abrir a porta, fui rendida por um ladrão. Não era um ladrão qualquer. Era um ladrão conhecido. Um bandido que sempre invadia a minha casa quando eu estava carente... Sempre que recebia sua visita, ele roubava a minha esperança, destruía meu ego e rasgava as minhas roupas. Mas mesmo passando por tudo isso, eu abria a minha casa para ele. Carente, esquecia de olhar no olho mágico e quando via, ele tava lá. Às vezes entrava pela janela e me pegava sonolenta... Bagunçava tudo que via pela frente...Nesse dia, ao entrar, ele amarrou as minhas mãos por trás do seu pescoço, beijou a minha boca, começou a roubar o que era de costume até que achou uma caixinha preta. Perguntou o que era aquilo, eu rapidamente disse que era o que eu tinha de mais valioso. Ele sem nenhuma duvida levou a caixinha com ele e seguiu o seu caminho. Mas lá, dentro da caixinha, estava o meu medo da solidão, esse que sempre o chamava para me bagunçar. Agora não há mais medo de ser só. Agora é só ser! Depois desse nosso ultimo roubo, eu desci a minha escada feliz, troquei a fechadura e fui arrumar a casa!
Refluxo
Fluxo ( do Lat. fluxu, s.m ):
- enchente fluvial;
- o espraiar das onda;
- aquilo que corre, que escorre;
- curso de qualquer líquido;
- corrimento;
- abundância;
- corrente;
- transitório;
- fluido, de pouca duração.
Eu, no meio do fluxo, perdida. Sem saber se devo me jogar nessa minha corrente... A vida! Ando aquosa ultimamente, coberta de lágrimas... Encontro-me, enchente! Jogada no meio desse grande mar. Embalada por dores freqüentes, sem saber para onde nadar. Medrosa e esperando que o espraiar das ondas tragam coisas novas, e arrastem o resto de você. O pouco que pulsa aqui dentro de mim. A única coisa que pulsa. O resto que rasga. As águas que cismam em escorrem do meu rosto. Essas que não são mais misturadas com a sua saliva, que não tem o seu colo como prêmio. Quero que elas arrastem...Esperar o espraiar das ondas para que me leve... E que leve esse fluxo embaraçado de sentimentos, culpas, receios e desilusão. A dor de não ter conseguido te afogar nas minhas águas. De não ter seu corpo comigo... Quero que você escorra de mim! Já que não posso, e nem devo, pedir para que você escorra em mim. Para que siga o curso comigo. Que entre no meu fluxo. Que corra do meu lado. Não... Seria inútil. Eu já fui lavada de você, por você. O seu rio já virou chuva dentro do meu corpo. E mesmo que eu junte gota por gota, não há mais como te transformar, te convencer ou te reconquistar.Talvez eu deveria seguir fluxo, transitar para o lado certo, correr por outras pedras, seguir outros rumos. Ser tão fluida como você. Ser efêmera. Ser leve. Ser contemporânea. Talvez quando o espraiar das ondas passar, levará o pouco que pulsa em mim. O pouco que resta de você. E a intensidade que sobra em mim...
Intensa (do Lat. Intensu adj):
- que tem intensidade;
- que atua com força, com energia;
- intensiva; forte; energética.
Vento...Eu.
Eu só devia ser vento,
pra mudar a direção facilmente
para conhecer outro mundo
para não ser soprada por você pra longe.
Devia ser vento,
conhecer todas as frestas,
todos os gostos,
todos os jeitos.
Vento que vive em instantes,
que levanta a saia da moça
e beija suas pernas.
Devia ser assim , vento safado!
Devia voar solta ao redor do mundo.
balançando cabelos, roupas, folhas!
Vento, só vento!
Se eu fosse vento não tava aqui...
sofrendo por ti!
Já tinha te esquecido,
te perdido pelo mundo.
Eu ei de ser vento,
ir embora de vez,
cansar do talvez e
me perder em seguida!
Doses Homeopáticas
Primeiro te sugo,
em doses quase homeopáticas
prendo você no meu corpo
quero enlouquecer!
Vou sentindo cada gosto
a minha boca seca
quero teu prazer...
Uma fome ...
Uma fome não sei de que?
Fome de você!
Tudo é tão devagar
e vai me devorando aos poucos
vou te beijando
e sentindo o mundo!
Tudo fica lindo, lerdo e louco
Me sinto na lua !
Os sentimentos surgem
Amor, sou sua!
Grades Medrosas
Jaulas que trancam as emoções.
Querer ser feliz em segredo?
Só por medo de aparições...
A angustia está na cabeça,
a vida no coração!
Minhas asas voam mais alto,
enquanto há capitalistas na prisão.
Eu corro, me arrisco e caio.
Gozo a liberdade das ruas,
Entrego as posses aos seguranças,
E faço careta para camera.
Saio louca e hippie,
a procura do que fogem...
Me abraço ao acaso,
e sinto o vento no meu corpo.
aquilo que se deseja
Considero o desejo uma palavra mágica e muito gostosa de falar. É uma coisa meio libidinosa que dá uma sensação de frio na barriga e de conquista. Quando eu penso em desejo já sinto a minha boca salivando. É muito difícil para mim, desassociar a palavra desejo do ato de querer. Querer é algo tão estranho também... Lembro me de quando eu era criança e queria bonecas. Sempre que ganhava uma boneca nova, brincava com ela até cansar... isso significava uma ou duas semanas no máximo! Depois já estava desejando outra... Hoje as troquei por pessoas! Anseio pessoas o tempo todo e as mais diversas... Mas continuo querendo o que não posso. Sempre! Como se fato de não poder impulsionasse ainda mais o desejos. Talvez venha da infância, ou da sociedade capitalista, ou talvez do simples fato de ser um humano. Querer, e querer só o que não se possui. Tenho que admitir que eu ando num momento em que possuo poucas coisas, e ando desejando muito. Ah, os meus desejos escusos... A coisa mais bela que eu posso é a minha esperança, que mesmo cansada, ainda me move em busca das sonhadas conquistas. Sabe, eu passei um bom tempo adiando para escrever esse texto porque não sabia como escolher o primeiro desejo a ser tirado do meu baú. Na verdade não sei direito quais são esses anseios, o que realmente eles quererem e como movem o meu mundo. Às vezes eu não sei direito quais são mais importantes dentre tantos que existem aqui dentro.
Numa tarde chuvosa, eu abri delicadamente a caixa e passei muito tempo vasculhando o meu mundo de desejos. Havia de tudo por lá: desejos antigos que se perderam pelo meio da vida, alguns escondidos e envergonhados, já outros bem escancarados que foram gritados de peito aberto para os quatro cantos do mundo... Ai, alguns desejos que se despedaçaram ao serem realizados... E mil desejos de menina, imaturos, que por mais que eu tente arrancar dali com uma força sobre humana, eles persistem teimosamente só para me irritar. Alguns desejos bobos e até, porque não, capitalistas. Outros imensos, subjetivos e cheios de peculiaridades. E até o maior deles: o TEATRO. O teatro é uma mistura de desejo, sonho, divindade, esperas e realidade. Um desejo diário, sempre reforçado. Quando eu penso no teatro, percebo o quanto outros desejos ficam tão pequenos, efêmeros e superficiais. Casamento, pessoas, sucesso, grana... Tudo isso é tão pouco perto do prazer em estar no palco. Talvez esse seja o meu verdadeiro amor universal! Fazer amor com mil espectadores... Comunicar com o outro através da minha poesia verbal corporal... Movimentos, vozes, sussurros... Tudo com uma entrega verdadeira e intensa. Tem como ter maior orgasmo? !
Epifania sabor doce de abóbora
Pensei em colocar cicuta no Whisky dele, mas isso daria muito trabalho e não melhoraria a minha dor. Então decidi que a missão seria me abrir para o mundo. Lavei o rosto, escondi as lágrimas com maquiagem e fui para a ponta do precipício. Sai decidida em encontrar aquilo que tinha sido tirado de mim. Influenciada pelo Caio Fernando de Abreu, repeti inúmeras vezes: “Eu quero uma epifania! Eu quero uma epifania! Eu quero uma epifania!” Eu tinha esquecido do poder das palavras que ecoam pelo mundo!
Respirei algumas vezes antes de entrar na floresta para escolher a minha presa da noite. Ao chegar na pista, coloquei o meu sorriso de 1,99, ativei o meu super-ultra-puxa radar “procura epifanias” e comecei a distribuir gracejos para todos os que estava numa distância mínima de cinco metros. Depois, devido o meu ascendente libra, comecei a minha dura avaliação: “Hum, esse é bonitinho, mas me parece tão metido..”, “ Esse não, conhece todo mundo”, “ Aquele dança bem...”, “Ah, figurinha repetida não!”.
Até que olhei pra frente e vi um rosto interessantemente desconhecido. Devia ser novo por aqui. Talvez tivesse acabado um namoro recente, mudado de tribo ou trocado de cidade. De certo, eu nunca tinha visto. Era deliciosamente desconhecido. Ou melhor, tudo que eu precisava! Dou algumas olhadas, distribuo outros sorrisos e saio da pista.
“Se ele quiser vai vir atrás de mim!”. Na hora da conquista é importante saber a hora de desaparecer dos olhos do outro. Criar o mistério de uma possível volta. Vou para o bar com a minha amiga, pegamos uma bebida para que as outras opções da festa ficassem mais interessantes. Talvez ele fosse tímido ou não tivesse afim. E eu precisava pular de algum precipício naquela noite!
Mas como passe de mágica ele aparece do meu lado. Descubro e me revelo: Signos, paixões e teatro. Algumas coincidências. Ele não é daqui, apenas está. È o meu signo complementar, mora num paraíso e tem um olhar intrigante. Voltamos para pista e depois de alguns segundos, percebo que o coloquei na parede e estou preste a roubar um beijo. Ele tem um sorriso lindo! E de repente, quando as palavras já me faltam, eu sinto o gosto: Hum, doce de abóbora! Ficamos ali, os dois, entre desejos, doces , beijos e descobertas...
O tempo passa rápido, a noite se despede apresada e eu tenho que entregá-lo de volta para o seu mundo. Queria você mais um pouco. Mais uma noite. Mais um encontro. Outros segundos com mais alguns segredos e entregas intensas. Sabia que o único movimento feito pela a mão que não me agrada é o tchau? Troco o meu adeus por um até logo. E caminho com a lembrança, a entrega sem medo e o encontro sem máscaras. Ficou um anel para ele, uma flor amarela pra mim. Algumas promessas, muitos desejos...Quem sabe amanhã ou outro dia qualquer ele reapareça para fazer uma turnê em meu palco. A paixão como sinônima do teatro: intensa, efêmera e bela! Ah, minha epifania sabor doce de abóbora...
Minhas águas...
Pagina Virada
Parar de desenhar.
Admitir a perda.
A Volta, procurar!
Hora do ponto final,
A frase acabada.
Não a porque rele-la
Já foi registrada.
Agora sim, pagina virada!
Na calma me reconstruo,
Sem atropelar uma linha.
Dando tempo ao tempo:
Vejo, eu, pagina novinha.
Meu corpo vai ser tela,
Tintas novas, outras cores.
Das formas abstratas,
Hão de nascer novos amores.
A espera de um novo risco,
Fico aqui a me pintar.
Cores, letras e rabiscos,
Pra de novo Poemar!
Falta
* carente – (adj. 2 gén.,) que carece; necessitado; falto; falho.
Para a minha ilusão perdida
Te(Me) Descobrir
Vou te descobrir,
Me despindo pra você.
Esperando o seu toque,
Pra mostrar os meus porquês.
Encontrarei outras cores,
Cheiros novos pra te envolver...
Tudo com fina calma,
Prolongando o que há de ser.
Vou achar novos apelidos,
Dizer juras no ouvido,
Acreditar num pra sempre com você!
As palavras que não existem...
Vou deixar meu corpo falar!
Entre poemas e rimas:
Te ouvir e me entregar!
Mostrar o meu mundo,
Os defeitos profundos,
A minha eterna alegria:
E dividir, com você, sonhos de padaria!
Entre pernas e braços:
Ler te em braile com atenção.
E entre nascer e por do sol,
Buscarei levar a sua vida pela minha mão.
AMEAÇA
Olho daqui de cima,
O mágico mundo daí de baixo
Talvez idealizado pelo nível superior,
Encoberto da espera de um novo amor
Te vejo no meu onírico mundo:
Imagem clara dentro do espelho d’água
Parece-me limpa, nítida, pura e rara!
Eu...Aqui em cima...Em meu trampolim!
Respiro mais um segundo,
Antes de me render ao ameaçador impulso.
Desejo de saltar, corpo pulsando, medo na garganta,
O frio na barriga de uma possível futura entrega!
Os pés ainda plantados nos azulejos azulados,
Buscam a razão, pouca, que me resta.
Uma musica suave entra por uma fresta.
Abalando ainda mais um corpo bambo.
Suspiro...Olhando de rabo do olho,
Os movimentos lá de baixo!
Quanto mais os meus olhos vêm,
Mais o corpo se desprende e ameaça lançar vôo!
A vontade não passa!
Procuro a calma, a suavidade da espera,
O necessário tempo do nascer da flor!
" Ô, Menina desmiolada que se atira em poças procurando mar,
Menina olha direito! Vê se não vai de novo se machucar!"
Frases soltas vêm à mente,
Dos medrosos que me rodeiam.
Julga-me carente pela coragem do meu arremesso
Nunca pularam tão alto!
Não sabem o gosto do vento,
Suas palavras sussurradas,
Nem o frio da espinha ao ser jogada!
O corpo já voltado pra frente,
A espera apenas de um passo,
Vê a vista pela ultima vez,
A delicia do risco de dar certo!
E como num grito: me solto no ar!
Já não pertenço ao trampolim,
Deixo o meu corpo cair levemente
A espera dos seus braços enfim!
Espera
Auto Suficiente
EM ALGUMAS NOITES SOLTAS
DEDILHO MEU CORPO, SOZINHA!
ME DESNUDO INTEIRA
PENSO BESTEIRA
E ENTREGO-ME A MIM!
AS MINHAS MÃOS SE LANÇAM SOBRE O MEU CORPO,
PROCURANDO O ENCONTRO DE LUGAR PARA ME REDESCOBRIR.
ELAS PERCORREM CAMINHOS ANSIOSOS
DANÇANDO UMA MUSICA LENTA E CONSTANTE.
COMEÇA A MINHA BUSCA SOLITÁRIA
TENTO ALCANÇAR SÓ : DESEJOS E ENCONTROS!
QUE NEM MEUS DEDOS, CORPO E CABEÇA
SABEM O QUE SIGNIFICAM ENFIM.
EU, VAZIA DE SENTIDO E CHEIA DE MIM!
VASCULHANDO MEU TÚNEL PERDIDO
PROCURO ME ENCONTRAR!
SÓ, SOZINHA, SOLITÁRIA, SOMENTE...
MEUS DEDOS PERCEBEM E DESCOBREM
O QUANTO SOU AUTO-SUFICIENTE!
O ENCONTRO DO EU SOBRE MIM.
CONSEGUINDO A FOME SATISFAZER.
TROCA DOS DIÁLOGOS POR MONÓLOGOS
ONDE NÃO VISO MAIS VOCÊ !
AGORA SOU SÓ EU E DEDOS
VIVENDO O EGOCENTRISMO DO MEU MUNDO
NUMA NOITE SOLTA QUALQUER
ONDE SE VIVE EM SEGUNDO
Eu só exito se alguem me olha...
Resolva problemas, supra anseios, acalme angustias e sacie desejos.
Quero que você me encontre.
Peço, imploro, rogo pela tua aparição.
Você me tornando real para que eu exista no mundo.
Só existo quando você me olha.
Me olha agora? Me vê?
Às vezes eu não existo.
EU - NÃO – EXISTO!
Me olha, vai. Me vê...
Sou um devaneio de deus.
Encontro-me apagada.
A espera de um olhar.
Quero existir!
Quero ser a vista de alguém.
Um olhar profundo de serpente.
Decifrando minhas entranhas
Entregar o feio, meu grotesco, meu receio
A escondida emoção embaixo da pele.
Quero que me revele, que vele o meu corpo,
Quebre a apreciação e me carregue em suas mãos.
Mergulhando em água.
Romântica, virei atriz.
Procurando estar em cena: doar-me a você.
Ver e ser vista!
Talvez porque me quero viva.
Hoje mais do que nunca, percebo que só vivo por você.
O palco é o meu vazio.
Meu lugar de encontro.
A vida é uma farsa...
E nós não nos relacionaremos.
Eu me vejo: sonhos, esperanças, expectativas.
Esqueço de você.
Não te olho, você não me vê.
Enxergo meu próprio reflexo num outro estranho corpo.
Reflexo morto de devaneio.
E de novo retorno ao ponto de partida: a espera.
Astro Efêmero
me atirei com vontade,
esqueci a razão e me joguei de cabeça
Sim , eu quis voar na calda do cometa!
Pode me chamar de boba,
Ingênua, carente, desequilibrada
Me Julga!
Me chama de louca varrida!
Vai lá, grita!
Diz que não passou de um comenta.
Lindo, intenso e passageiro.
E que não vai sobrar nada:
Juras,beijos ou travesseiro..
Vai, condena!
Fala que eu sou criança,
Que não devia ter me entregado por inteiro
O amor não vale o risco e
Que a vida não é brincadeira!
Diz que meu coração não vale nada,
Que eu não amo de verdade
E que lembranças virarão poeira
Por favor, manda-me parar de fazer alarde.
De tentar não esquecer
E pra eu chorar com vontade,
Matar as esperanças e o sonhos
Esquecer do cometa, seguir a vida
E encarar a realidade...
Jamais vou reviver.
Escorpiana
Cama, sofá, armário... Tudo reorganizado!
Eu mudava tudo de lugar
Sem dor... Sem raiva
Apenas mudava!
Conseguia jogar fora todas as quinquilharias,
Cartões, mágoas, fotografias!
Tudo ia sendo arremessado no lixo,
Acompanhado de um sorriso!
E lá, ia eu.
Caçando todos os lugares,
Levantando poeira
Revirando todos os armários.
E selecionava tudo que não me prestava:
Amores errados, insegurança, ódio calado.
Tudo ia sendo arremessado!
Falsas esperanças, paixões mofadas!
Trabalhos adiados, projetos falidos.
O velho ia sendo jogado!
O som de uma musica leve
Deixava-me mais forte.
Mas decidida, encontrada!
Auto-suficiente, amada.
Sentia-me linda, moça, renovada.
Continuava a jogar o meu velho mundo
No grande saco de entulho.
Com cada peça jogada,
Mas feliz eu ficava!
Acordei do sonho assim,
Transformada, recriada!
Nova vida enfim,
Dentro da pequena velha de mim!
Nós, vós , elas
E de repente, não mais que de repente.
A gente se separa e se encontra.
Pulsa, dispara, pira e repara:
Que somos mulheres !
Perdidas, Amadas, Sofridas!
Loucas varridas!
Procurando amor e encontrando dor!
Atrás de sonhos perfeitos
Nutrindo desejos no peito
Sofrendo calada!
Mas hoje grito, berro, mordo!
Quero que você me escute
Perceba que não sou só um corpo
Que você entra e sai na hora que quer
Sem o menor cuidado ou preocupação
Eu sou mais, sou mulher!
Do meu ventre nasce à vida
Do seu convívio, à ferida.
Por isso ,meu amor:
Trate-me com respeito
Ou de mim só terás dor.
Distorcida
uma menina em um corpo de mulher
Menina sapeca e sorridente,
que quer sugar o mundo e toda gente!
Muitas vezes carente,
passando imagem de segura
dona do mundo, autosuficiente!
A sempre romantica menina finge ser mulher decidida
Coitada da pobre menina, tantas vezes perdida!
Julgada pela imagem contorcida!
A menina é uma atriz
e faz imagens diversas no espelho
Cria tipos e dá risada
muda e se transforma por inteiro!
Ela finge que é pirada,
mas a verdadeira face da menina
para poucos é mostrada !
A menina doce e meiga
se esconde atras de tipos
que muitos bobos acreditam!
Mas quem a conhece sabe:
a menina é romantica
procura amor e só quer ser feliz
E a imagem contrária divulgada
é apenas devaneios de uma atriz!
A Bacante
vendo a Banda da janela
esperando o CARNAVAL passar...
Já montei o meu bloco,
Tô no meio do povo
querendo me acabar!
Já bebi tudo que podia
me cobri de fantasia...
E Agora, vestida de Colombina
estou à procura de um novo pierrot!
Misturo salivas, sonhos, mordidas
encontros, nomes, cheiros, ferida!
Nem me lembro o que é amor
Eu me lanço é na vida!
Vejo-me perdida,
Solta pelo ar...
E sigo pelo povo:
ao encontro de Dionisio!
Meus sonhos perdidos,
O instito- A Libido
E sigo!
Celebrando o tesão
Beijando policial,malandro,gato,cachorro, ladrão!
Vou abraçando o mundo
e esquecendo os sonhos que escorreram da minha mão
Nem lembro de vc, que enterrou meu mundo
Ou que amanhã já é quarta feira de cinzas!
O importante agora é viver o segundo
me entregar a qualquer um...
Esquecer a dor e o teu beijo imundo!
Que não sai da minha cabeça,
e cada dia que passa, suja mais meu coração...
Saindo de Cartaz
Penso nas listras da sua camisa
Nos desejos escondidos
Sua mão debaixo do meu vestido
Em tudo que podíamos ter sido...
Lembro dos meus escândalos,
Da minha possesividade idiota.
Das palavras ao pé do ouvido,
Dos beijos no meu corpo adormecido...
Percebo que não fomos nada
Que rapidamente foi dissolvido
Que a minha intensidade te assustou
E que jamais seria amor...
Ainda vejo Você dançando pra mim,
Em tons alaranjados.
Com jeito suave de me tocar.
Nossos corpos entrelaçados
Recordo as confusões,
A discursão de uma relação,
Uma relação que insistia em existir
Mesmo a gente dizendo que não...
Sei que a sessão chegou ao fim,
Que as luzes vão se acender,
que não adianta quanto vai doer
vou ter que levantar da cadeira
e desistir de você!
Voce vai seguindo,lindo e solto,
Já nem lembra de mim.
Outro filme está em cartaz,
Já não sou ninguém,
Fiquei pra trás!
Lunar
parar de procurar defeitos em mim,
De me preocupar com a grana que não vem,
parar de brigar com a minha mãe que diz só pensar no meu bem...
Cansei de esperar o telefone que não toca,
a chuva que não pará,
de ficar aguardando mudanças,
vou parar de imaginar coisas ruins...
Hoje vou jogar a chave do meu carro fora,
sair correndo pelo mundo,
hoje sou o segundo!
Hoje vou pra lua!
Sozinha... eu e meus sonhos
E lá vou eu ...voando pra lua!
Sem medo de cair.... saboreando estrelas!
me vendo em cometas...contando satelites!
me esquendo da terra!
E Vou!
Porque a gravidade me sufoca,
o peso me faz mal,
a preocupação me deprime!
Vou e me entrego:
a flutuação da lua, a instabilidade, a confusão!
aos desejos arianos, a intensidade perdida
Vou sem dar partida..
voando de tesão!
Vou, sem olhar pra trás
Esqueço pai,mae, namorado...
vou nua ao meu encontro
fazer amor com a lua
eu, sozinha!
Com a minha feminilidade
com a intensidade que não querem
com a força que assusta...
Vou, e não tenta me prender
Tô cansada dessa vida
pra matar um não custa!
e da lua voou olhar pra cá
sem saudades ou desejos de voltar...
Borboletiando
é cuidar do jardim para que elas venham até você!"
Eu cansei de correr, de querer conquistar
vou mudar, me calmar
esquecer... ir dançar !
Ou então ficar aqui, sozinha:
vendo a chuva cair!
Tentando parar de refletir
procurar erros...
Esperando borboletas!
Esperando...Esperando...Esperando
Como não suporto esperar,
quero correr, brincar , cansar, suar, gozar
Que merda de esperar!
Não agir, aguardar
isso não é pra mim...
Sou ativa, ariana doida
Impulsiva , vivendo segundos perdidos
gritos no ouvido, gemidos susurrados de cochinha.
E a chuva não pará em brasilia!
eu aqui sozinha, esperando não sei o que...
Cansada de lagartas e borboletas alejadas
que fogem sem querer voar comigo...
Maldito gemido que volta na minha mente
me olho no espelho:
reflexo de uma psiciana carente
perdida, desiludida e cansada
esperando...esperando e me desesperando!
E a chuva não pará em brasilia!
Eu aqui sem casulo, sem braço, sem traço,sem cheiro
Só, sozinha, somente.
desemperada, largada, demente...
Cansei de cuidar de jardim,
Nasci pra ser borboleta!
A Lei da Selva
caça,come, joga fora a carcaça.
Mulher tem outro instinto;
escolhe,leva pra casa, usa....
e, com a sobra dos ossos,
faz um par de brincos!
Mistura de pedacinhos
Venho de longe, não sei de onde:
talvez de um sopro ou de um gozo.
Sou um pouco de que vejo e muito do que escondo.
Não sei direito quem sou, o que é certo.
Sozinha, me mudo todos os dias.
Mudo e me mudo em mim...
Tudo rapido, aceitavel, descartavel.
Eu giro com meu mundo!
Mudo todos os dias!
Mudo e me mudo em mim...
Me vejo, mas as vezes, não me reconheço.
Não sei direito quem sou.
Quero o concreto que me retorne.
Sou do barraco, sou o que cala, sou o que brilha e ao mesmo tempo se apaga.
Eu sou veraddeira e perversa .
Sou mistura do bem, bom e belo com o pecado, o grosseiro, o bizarro.
Não sei direito quem sou.
Só agora entendo que o mesmo vento que sopra a favor é o mesmo que sopra contra...