terça-feira, maio 31, 2011

casa nova



Preferia palavras particulares. Expor delicadamente a nuance de algo escondido. Espécie de exibicionismo velado. Uma fresta para visitantes anônimos. Pequeno instante de descoberta. Meu quarto foi cenário. O coração, tema. Eu tinha uma necessidade umbilical de me manter nesse lugar seguro. Mas agora percebo que preciso atravessar a porta entreaberta. Encarar Brasília de frente, enxergar as letras que estão espalhadas pela cidade e dançar no meio da rua. Devo pichar novos muros pra que os transeuntes absorvam a minha poesia. Tornar público o que era particular. Fazer parte da cidade da mesma forma que ela faz parte de mim. É preciso entender a importância de caminhar nessas calçadas. De definir pontos turísticos particulares. De aceitar a cidade como casa. Devo me atirar, definitivamente. 

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