terça-feira, maio 10, 2011

Coletivo Poro


Prefiro acreditar que o acaso não existe. Que tudo que vem pra minha mão tem um sentido especial. É uma visão romântica, poética e imatura. Mas funciona e faz todo o sentido pra mim. Eu valorizo os instantes de desvio. Tento deixar os meus olhos abertos e atentos para transformar as insignificâncias em poesias. Simples, efêmero, suspenso. É dessa forma que eu interfiro na minha cidade.

Foi uma amiga que me apresentou o Coletivo Poro. Disse que parecia com o trabalho da Andaime, com a nossa forma de pensar o mundo. Já num primeiro contato, percebi que havia visto algumas fotos das ações desse coletivo na internet, mesmo sem saber a referência. Fotos anônimas em sites de contracultura. Navegando pelo coletivo, encontrei o documentário. Fiquei encantada. O trabalho é de uma gentileza extrema com a cidade, com o outro e todas as poéticas do cotidiano.

Eu assava uma pizza em frente ao congresso. Apresentávamos Serpentes Que Fumam. Nossa ação dramática era montar uma pizzaria nos jardins do congresso. Forno a lenha, ingredientes e avental. Com a mão na massa, conheci o elogio de Marcelo Terça-nada. O agradecimento pelo instante de desvio, pela poesia doada em Brasília. O moço sorridente me revelou que também participava do Festival Fora Do Eixo, me entregou o trabalho “Perca Tempo”. E disse o nome do coletivo: Poro.

Fiquei emocionada. Feliz. Desconcertada. De repente, todas as ações faziam ainda mais sentido. O diálogo com a cidade, as performances, os stencils espalhados, as poesias nesse blog. É maravilhoso se deparar com poetas revolucionários. Hoje, terminei o livro “Intervalos, respiro, pequenos deslocamentos – ações poéticas do poro. Eu aconselho, recomendo, defendo e prego. Não só eu, o Le Monde também.

Delicie com tempo!

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