sexta-feira, novembro 18, 2011

Câmara Ligada





Hoje eu vou relatar os acontecimentos do programa "Câmara Ligada" da TV Câmera aqui no Blog. O convite para a minha participação no programa aconteceu por causa das ações poéticas da Andaime Cia de Teatro nas ruas. Ao som de Tulipa Ruiz, a Câmara Ligada quer discutir a importância de se fazer Arte na rua. Discutir não apenas sobre os artistas que fogem dos teatros e galerias de arte para dialogar com a cidade, mas também os artistas que encaram a rua como a sua escola. Quantas vezes somos surpreendidos por um malabarista no sinal? Ou uma poesia pixada na parede? Ou um espetáculo teatral no meio da praça? 

Essas ações são chamadas de intervenções urbanas. Elas transformam e embelezam a cidade. É como se a obra artística dependesse da rua para existe. A rua é parte fundamental da obra. A efemeridade, cantada por Tulipa, também está relacionada a esse fazer artístico. A Arte está ali, estampada no concreto, pedindo para ser apreciada, notada, percebida. Para assistir, basta abrir os olhos e encarar a cidade. Mas se você não tiver aberto para cidade, a arte passa e você não percebe. A arte se dá só pra quem se interessa, pra quem abraça a cidade como casa. A rua é o lugar do encontro e da cidadania. Ela é nossa.

Enquanto eu digito essas linhas, a deputada Jandira Feghali (PC do B - RJ), convidada do programa, relata a necessidade de se manter a rua aberta para as intervenções urbanas, e, sobretudo a importância de existir apoios governamentais para esse fazer artístico.

A professora/artista Bia Medeiros disse algo muito interessante: a arte não apenas interage na rua, mas ela também compõe o cotidiano. O empresário que passa pela rodoviária e vê uma artista passando com 20 galinhas, pode não perceber que aquilo é uma obra de arte, mas de alguma forma o questionamento da obra já passou pela sua cabeça. Ele se pergunta: Porque esse maluco tá com um monte de galinha pendurada?! E segue o seu dia, provavelmente ele inclusive vai relatar o fato para sua família mesmo sem saber que aquilo é uma obra de arte.  

Aqui no programa, a Andaime está realizando um SQF, queremos realizar uma festa de aniversário, sem que a produção e apresentadora, saiba o que está acontecendo. A Tatiana, atriz com bolo, vai tentar encontrar um aniversariante aqui na platéia, se a tal pessoa aparecer, a gente canta os parabéns. Senão, o SQF será realizado fora do programa, nos corredores da Câmera. Enquanto isso, o programa continua com os nossos balões de gás Helio enfeitam a decoração. O diretor Francis Wilker fala sobre o Teatro de Invasão,  que muitas vezes, utiliza a cidade como dramaturgia. Os atores criam a obra sobre a cidade e para a cidade.  Criando beleza para quem passa. 

As perguntas continuam dentro do programa, e o debate sobre a arte se aprofunda. Tatiana consegue o microfone e realiza a nossa ação: " Tulipa Ruiz, é seu aniversário?" A simpatia da cantora encanta e ela compra a nossa ação. Diz que é aniversariante. Palmas gerais. Confusão. Euforia. Nossa atriz, pede então o RG. Mais risos. "Não há nenhum aniversariante na plateia?" Não. Nada de parabéns, então. Nossos atores seguem para os corredores da Câmera. Eu continuo no estúdio, relatando nesse blog, o programa. Tulipa canta mais uma música, eu cantarolo no computador. A platéia vibra. Seguimos efêmeros e felizes! =]

beijos

Um comentário:

lua disse...

na verdade, podia, super, antes, avisar, de acontecer. beijosfikadika