sábado, dezembro 25, 2010


"A mulher perdigueira sofre um terrível preconceito no amor. Como se fosse um crime desejar alguém com toda intensidade. Ela não deveria confessar o que pensa ou exigir mais romance. Tem que se controlar, fingir que não está incomodada, mentir que não ficou machucada por alguma grosseria, omitir que não viu a cantada do seu parceiro para outra. Ela é vista como uma figura perigosa. Não pode criar saudade das banalidades, extrapolar a cota de telefonemas e perguntas. É condenada a se desculpar pelo excesso de cuidado. Pedir perdão pelo ciúme, pelo descontrole, pela insistência de sua boca. Exige-se que seja educada. Ora, só o morto educado. O homem inventou de discriminá-la. Em nome do futebol, Para honrar a saída com os amigos. Para proteger sua manias. Diz que não quer uma mulher o perseguinho. Que procurar uma figura submissa e controlada que não pegue no seu pé. Eu quero. Quero uma mulher segurando meus dois pés. Segurar os dois pés é carregar no colo. PORQUE AMAR NÃO É UM VEXAME, ESCÂNDALO MESMO É A INDIFERENÇA."
Carpinejar

2 comentários:

Just by myself disse...

O amor é incompetente. Ponto.

R. disse...

que urgência de ficar entreaberta...