sábado, agosto 13, 2011

quando os sonhos se realizam...


Ontem, enquanto terminava de arrumar a sede da ANDAIME Cia de Teatro, meus olhos derramaram. Depois de três dias, com a mão na massa, na tinta, na furadeira... enfim, está quase tudo pronto. Nosso cantinho desenhado por várias mãos. As cores espalhadas, o gosto da conquista. Sabe quando você chora de felicidade? Eu sentada, sozinha, escutando Amy, com uma Heineken na mão (ainda suja de tinta vermelha), com um sorriso sincero no rosto. Logo, eu lembrei do meu primeiro grupo de teatro, quando eu tinha 8 anos de idade. Durante 4 anos, eu encenava peças para os vizinhos. Dirigia, coordenava, interpretava. Tinha certeza que  esse seria o meu trabalho, a minha vida. A minha mãe incentivava a minha brincadeira, apesar de não levar a sério e querer uma filha médica. Mas EU LEVEI A SÉRIO. Sou idealista, romântica, sonhadora e tenho uma força do caralho. Tinha certeza que era possível, que era real. Quando há comprometimento, nenhuma barreira é grande o bastante. Coloquei fermento, acreditei no trabalho. E enquanto as amiguinhas, traçavam as possíveis festas de casamento, eu desenhava o tal grupo de teatro. Criança teimosa é uma merda, né? Elas são capazes do inacreditável. Parece que eu cresci, mas não se esgotou a vontade de brincar. Veio a UNB, um curso de nutrição abandonado, a licenciatura, o quase desistir, uma proposta de casamento, a literatura pra curar, a escolha pelo teatro e na reta final do curso, o encontro com outros sonhadores. Cinco anos de ralação, falta de grana e conselhos sobre concursos públicos. "Se continuar assim, você nunca vai poder se sustentar, casar, ter filhos, ser alguém, uma pessoa normal.  Ainda mais fumando maconha, meu deus. O que eu fiz pra merecer isso? Foto pelada na internet, pornografia escrita. Você pode ser presa se continuar pixando os muros, sabia? Você é muito ingênua mesmo. Será que você não vai sair da adolescência nunca?". O Leminski disse que sairia com setenta, mas ainda bem que ele morreu de cirrose aos 44 anos. Lorca afirmou que a vida é sonho. Os Mutantes cantam que as pessoas da sala de jantar estão ocupadas (APENAS) em nascer e morrer. Ainda bem que a minha adolescência não passou, que eu acredito em amores eternos, na fidelidade, no sonho, em arriscar de novo, em mudar o mundo. Porque a vida sem floreios/ideologias é inútil. Uma pena que algumas pessoas  só saberão disso, quando estiverem numa cama, com a piedade dos parentes ao lado e gastando a sua pequena "fortuna" acumulada em dias entediantes. Se você é uma dessas ou não, aproveite pra ver o por do sol hoje, escutando um bom jazz. A vida é agora, baby.  =]


um beijo longo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Puta que o pariu! Que foda! Me arrepiei do início ao fim! Que força! Contagiou!