Ele me coloca em silêncio. De quatro, de lado, de cabeça pra baixo. Ele escancara o nosso amor. Pede que eu navegue a câmera pelo meu corpo. Eu obedeço. Sempre faço tudo que ele quer. Sou a tua gueixa, tua outra parte.
Lentamente exponho meus hematomas. Digo o quanto o amor tem me enlouquecido. Eu choro. As minhas lágrimas têm um gosto quente. Ele fala qualquer coisa como: colocar no colo, deitar sobre o seu peito, beijar a minha boca. Ele me mostra o seu pau duro. Diz que fica assim, toda vez que se lembra de mim. Tomo mais uma dose. Eu tiro a blusa, depois a calcinha. Fecho os olhos e escuto a tua voz preenchendo o meu quarto.
O nosso cheiro reaparece entre as minhas mãos. Em uma movimentação suave, os meus dedos desenham a boca. Percorrem o pescoço. E chegam ao meio, entre os seios. Opto pelo direito. Mostro a tal pinta escondida. Encostada ao bico, a sua pinta favorita, aquela que batizei com o seu nome. Não paro de olhar para tela. Meus olhos encaram o homem que escorreu dessas mesmas mãos para o outro lado do mundo.
O gosto dele alimenta o meu sexo. Eu observo atentamente os teus movimentos rápidos e contínuos. Tenho raiva dessa situação. Peço para que pare. Ele não consegue entender as minhas idiossincrasias. Eram as minhas mãos que deveriam benzer e massagear o seu ego. E não aquelas outras, as dele.
Sou a tua puta projetada a 11650 km de distância. Levo o laptop para o banheiro. Posiciono a pequena câmera e ofereço um banho. Derramo todos os líquidos. Numa seqüência clichê, eu me exibo pra ele. Troco qualquer certeza por esse homem. Os teus olhos embaralham as minhas palavras.
A água é misturada com desejo. Os dedos são conduzidos por suas palavras. Um, dois, três. Os movimentos são transmitidos pela web cam. Repetidamente, eu suspiro o seu nome. Para que apareça, para que ele se descole da tela, para que me preencha de vida novamente.
Tem um olhar desesperador, o pau ainda duro. Troco o chuveiro pela cama. Continuamos incansáveis. Ele também chora, mas prefere disfarçar. Diz que me ama. Que tudo vai dar certo no final. E por ironia do destino, gozamos juntos.
Obs: Esse conto ainda não está finalizado, mas fiquei com vontade de postar essa parte aqui. Talvez em 3ª pessoa também. Espero que ele esteja inteiro até o meio de setembro...
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