Vontade de vomitar tudo. De gritar para os quatro cantos. Desentupir a garganta, o coração e a cabeça. Esquecer toda essa dor envolvida e embalada pra viagem. Porque o mundo resolveu despencar, logo agora, que eu tava tão ocupada? Pais acidentados, pé na bunda, britadeira no ouvido e uma tentativa de suicídio básica. Todos esses ingredientes dançam sobre a minha cabeça pesada. E como pesa essa cabeça, essa mala e esses sonhos tolos. Será que ela não vem? Risos nervosos de uma desconcentração infantil. Sorriso falso. Lugar falso. E só a dor é verdadeira. Será? Falta entrega, disponibilidade, risco. Você luta com o mundo inteiro pra fazer isso? E as lágrimas que deviam aparecer no palco, caem no banheiro infectado de formigas sedentas. Da onde vem todas essas formigas ridículas? Choro, grito, esperneio pra o meu espelho velho, que de mágico não tem nada. Onde tão as respostas? Imagem torta e embasada. Só. De novo só. Errei o lugar, a pessoa, a esperança, a porra toda. “Agora mesmo, tinha certeza, que você estava a minha volta”. Por favor, volta. Quero a sua música ao amanhecer. Espera. “Espera que passa”. E a espera, passa? Não, pulsa. É como se não adiantasse fugir, mudar o foco, olhar para lado... Estamos todos no mesmo barco furado. A garganta entupida pede pra falar, mas a voz não sai. E eu continuo parada, com a mesma mascara de sempre, enquanto o mundo vai se dissolvendo rapidamente. Quer saber? Queria mesmo era um doce, ou então, morrer um pouco de vez em quando.
2 comentários:
eu prefiro morrer um pouco
de vez em quando
Estava procurando algo que se parecesse com meu dia de hoje. Encontrei aqui.
Mas não morre não. E escreve sempre.
beijo
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