A chuva sorriu pras palavras espalhadas sob a cama. Havia adjetivos, verbos e dois sujeitos ocultos. Teu lençol sorvia o sangue do nosso herdeiro. Era tinta, era poema. Desajeitadas rimas beijavam suas pintas diariamente redescobertas. Como não conjugar você entre as minhas pernas? Café, whisky e chocolate meio amargo. Meu cheiro corria para o céu da tua boca. Derramava-me em litros. E durante dias, eu fiava o nosso encontro. Alinhavava decisões inúteis, escolhia texturas, pintava a face. Uma tecelã que costura a colcha durante toda a madrugada. Unhas cravadas, suspiros de jazz improvisado. Tua pele brutalmente bordada sobre o meu seio rígido. Você, sublime e atrapalhado, amor. E todos os por menores necessários para dançar as nossas incertezas nessas ruas desprovidas de esquinas.
2 comentários:
Lindo Patricia...
vc continua afiada...colocando o seu leitor nos maais variados cenários e estados emocionais!Amo te ler! quero te ver!
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