Ando me exibindo por ai, para rostos anônimos que correm as ruas sem esquinas. Mostro pedaços soltos, letras miúdas, rimas perdidas... Ando tão menina! Longe do medo, coberta por uma esperança boba que me abraça, eu sigo pela praça! E lá vou eu, rebolando a minha poesia solta pela calçada. Os meus passos tentam prestar atenção em cada número que se apresenta e, ás vezes, no meio de tanta face diferente, eu acabo perdida nas minhas entre-quadras. Sabe, nunca fui boa em matemática! E quando me vejo assim, no meio dessa confusão, fecho os meus olhos. E de repente: tudo acontece! Ultimamente, eu costumo sonhar com o desconhecido! De cara velada, ele me pega pela mão e me arrasta para longe... Suspensa! E vai me guiando para um lugar onde não preciso mais pisar no chão, segurar os meus pertences e muito menos me preocupar com números chatos. Ele me faz rir, fazendo cócegas no meu ego inflado e me deixa assim: curiosa e exibida! Eu tento manter os meus olhos fechados e busco uma pista qualquer que me leve ao seu esconderijo. Um desconhecido íntimo. Anônimo. Misterioso. Mas de repente, meus olhos já estão abertos e sopram a realidade a minha face: “Quando a gente não sabe onde pisa, é sempre melhor ficar de letras caladas.”
4 comentários:
Cria coisas só para me mostrar.
Ah, então estamos lidando com uma artista fã do anonimato? Hahaha...
Costumo criar coisas para ME mostrar, mas já que vc quer ver, quem sou eu para tampar? hahaha
E quanto o anonimato, posso te dizer que ando ansiosa para descobrir por onde ele anda...rs
Quando há arte
Voas
Quando partes
Ressoa
O que destoa
Do ocultar
Vão dialogando
Replicando e ampliando
A curiosa procura furtiva do olhar
Pelos vãos
E vão
Que serão
Sofistas de espiar
E fazem brumas nas penumbras
Para saborear
A profana sintaxe
Entremeada na fissura
Desse interessar
Empatia de sinapses
Desfaz a compostura
E juras
Que não irá mostrar
E eu rio
Lá no rio
Olhando o mar...
Sempre, sempre, sempre, sempre, sempre por aqui...
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