quinta-feira, fevereiro 06, 2014

Existe alguma coisa. É no centro. Coisa do centro do peito. Nesse espaço entre o seio direito e esquerdo. É um buraco fundo. Um espécie de vácuo. Talvez a dúvida. Uma mentira deslavada. Contada, repetida, ressonada. A escrita igual. Com três adjetivos juntos. O tempo de fechar os olhos, escutar a respiração e o batimento cardíaco. Como se tivesse a espreita, muito perto, o instante de coragem que a antecede a tempestade. A colisão. O reconhecimento do tom acinzentado. Aguarda. Novamente, fecha os olhos. Se fecha inteira. Pede pela pausa. Congela. Sabe o quanto é difícil se afogar? Grande pote de indecência. Lambuzar os dedos com escarro e desenhar no espelho. Porque esse oco, grita, aqui, no meio, agora? Um formigar sobe pelo pescoço, percorre a cabeça. Nem as palavras derramam mais. Se repetir enferruja a alma. Peço que caia sobre o colo sedento, sobre o sexo cansado, um espasmo bobo. Tratamento de choque, capotamento de vida. Transborda em mim, esse deus que não existe.

Um comentário:

Anônimo disse...

I MISS YOU BABY!
UM BEIJO.
PIMBOX