terça-feira, dezembro 20, 2011

...

As páginas substituídas pelo concreto. Vinte muros pixados. A poesia que eu construía de noite era derrubada pela burocracia de dia. Amaldiçoei os carros, o governo, as pessoas. Queria afogar Brasília. “Reinventar a cidade inventada”.  Matar todos os funcionários públicos, decapitar o poder. Transformar amplitude em afeto, arquitetura em poesia. Clamar por novidade. E os muros, ainda, brancos. Sórdida, sofista, maquiavélica. Montei a minha quadrilha com o apoio dos burocratas. Vândalos libertários ou inconformados burgueses? Rabiscamos poemas, distribuímos pedaços, lançamos perguntas. Viramos micro celebridades anônimas facebookianas e, assim, instalamos a nossa pseudo-revolução contemporânea.  

Um comentário: