quarta-feira, outubro 06, 2010

Me dá um abraço curto, enquanto impõe as regras. Fresco, rápido e com sotaque. Exige uma felicidade bronzeada. Apresento meu sorriso seco e amarelo. Ele coloca a minha mala no carro. Não me dá tempo para respirar a sua umidade. Aqui, o andar é descompromissado. Há um dicionário de nomes em placas azuis nas entradas das ruas. Eu não entendo de letras, a minha poesia é numerada.

Sou bicho do mato, da terra vermelha.  

Meus olhos sugam essa paisagem misturada. Ela é velha, ela é nova. A minha carona fecha o vidro quando paramos no sinal vermelho.  “É melhora assim. É preciso ter cuidado.” De frente, por trás da película, eu ainda encaro a sua face. E os sedutores braços abertos. 

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