Avião. Três horas e meia de vôo. Desconfortável. Outra fuga, outro planeta. Me escondo no Acre. Mais um fim de semana longe da minha cidade. Estarei excessiva de mim. A cabeça aqui. O coração aqui. E eu lá, no meio do nada. Terei uma puta crise sentimental naquele banheiro de azulejos antigos. Vou querer ser levada para longe. Pedir uma decisão dos céus. Escrever mil palavras impronunciáveis. Como posso misturar tudo no mesmo balaio? Eu passo despercebida no meio da multidão enquanto as minhas enormes listas de possíveis melhoras são escritas sobre o asfalto. Atenção, zelo, paciência. Qual é a rota certa? Estou dançando a nossa despedida? Vou implorar por uma filha. Um marido. E um cachorro. Depois, negarei qualquer estereótipo clichê. Não sou oito, não sou oitenta. Entre a liberdade vendida pelos hippies mofados e a loucura possível das atrizes, há uma mulher que ovula.
3 comentários:
Lindissimo! Lindissima! Chapada outra vez?
Essa última frase valeu o texto, Patrícia!
Lembrou-me uma frase que tá até no meu blog:
"Os meus pés me conduzindo – sempre – pelas veredas entre o oito e o oitenta, sem nunca optarem pelo bom senso. (Carina de Luca)"
Beijos!
é um dilema que muito me persegue! nossa amiga vc traduziu o que sinto nesse exato momento...é isso!
beijo
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