Resolvi
voltar a postar aqui no blog. Retomar os textos, com as mesmas palavras, cheia
do meu ego. Esse silêncio, causado pelo luto e pela publicação, me fez repensar
as plataformas da poesia. Poesia não é
só palavra, é ato. É a forma que se respira. A delicadeza que espanca a nossa
atenção quando estamos andando pela cidade.
É o beijo que se dá ás três horas da tarde na segunda. Esse pedestal que
está a literatura não existe. Escrever é despejar os desejos na tela. Não é
necessário que agrade, que faça sentido, que você seja considerada poeta,
escritora, o caralho. Compartilhar é o sentido. Expor outro ponto de vista.
Convidar para um lugar. Não necessariamente alguém, mas a si. Se afundar nos
teus espaços, nas tuas rimas clichês. Dói repetir os padrões, as expressões?
Evidente. Não existe nenhuma novidade nesse fato. Mas a mudança só se dá nos
pequenos atos diários. No minúsculo relato. Nas outras palavras escolhidas,
reconhecidas. E para conhecer algo, é preciso se reconhecer gente, erro,
desordem. E é dessa forma que volto. Me arrisco (novamente) a essa atividade
doentia, revoltante , massacrante, deliciosa que é costurar palavras.
Sejam
bem vindos!